GOVERNO FHC TEM AVALIAÇÃO MELHOR. COMO?

. É A ECONOMIA, PESSOAL   Três dos principais institutos de pesquisa mostram a mesma tendência: cresce a avaliação positiva do governo Fernando Henrique e cai a avaliação negativa. Os números referem-se março e foram publicados no domingo, 25/03(Datafolha), na terça, 27 (Sensus) e na quarta (Ibope). As pesquisas são nacionais. Analistas políticos, na maioria, esperavam resultado diferente, uma vez que a corrupção foi o assunto dominante em março. A oposição tem tocado o trombone da CPI da Corrupção e, na base do governo, segue a edificante disputa entre ACM e Jader Barbalho, um chamando o outro de prostituta, o outro chamando o um de ladrão. Acresce que as mesmas pesquisas mostraram que a população, na maioria, acha que há corrupção no governo e que o presidente FHC não faz tudo o que podia para combatê-la. Apesar disso tudo, a ação geral do governo tem avaliação mais positiva e, importante, o desempenho pessoal de FHC também recebe notas melhores. Qual a explicação? É a economia. Veja os números abaixo. Descontando as variações sazonais (fevereiro é um mês de desemprego mais alto) a tendência é inequívoca: cai o desemprego, aumenta o número de pessoas trabalhando e aumenta a renda das pessoas. Ou seja, está acontecendo aqui algo parecido com a avaliação que os americanos fazem do ex-presidente Bill Clinton. Não gostam de sua conduta pessoal – claro, trata-se do episódio das mentiras no caso de Monica Lewinski – mas consideram que seu governo foi muito bom. Não por acaso, os oito anos de Clinton coincidiram com um dos períodos de maior prosperidade dos Estados Unidos. No Brasil, a avaliação do governo FHC chegou ao fundo do poço em setembro de 1999. Pelos dados do Instituto Sensus, a avaliação negativa chegou a espantosos 65%. E apenas 8% dos brasileiros achavam que o governo ia bem. Nesse momento, o rendimento médio nominal das pessoas ocupadas era de R$ 676. A renda real média indicava uma queda de 6,4% nos 12 meses anteriores. A taxa de desemprego estava na casa dos 7,5%, que é um número alto para setembro. Hoje, a taxa de desemprego está abaixo dos 6% e o renda vem mostrando clara recuperação. Eis os números do IBGE e sua conclusão: mais gente trabalhando, mais renda, igual a maior popularidade do governo. Mês ———–Pessoas Desocupados ——- Ocupadas————-Rendimento (R$) (1) fevereiro 01 —– 1.020.701 —————–16.985.554————————– janeiro 01 ——–1.026.122 —————–17.146.824————–738,50 dezembro 00 —– 869.894 ——————17.318.252 ————-805,07 novembro 00 —-1.133.565——————17.319.677 ————-743,99 outubro 00 ——-1.251.628 —————–17.319.677————–745,84 setembro 00 ——1.237.890—————–17.361.956 ————-733,99 agosto 00 ———1.324.374 —————-17.274.058 ————-731,50 julho 00 ———–1.318.128 —————-17.134.663 ————-723,91 junho 00 ———- 1.364.416 —————-17.128.450 ————-727,58 maio 00 ———–1.444.747 —————-17.136.462 ————-711,64 abril 00 ————1.440.943 —————-17.008.162 ————699,57 março 00 ———-1.462.847—————–16.780.705 ————698,34 fevereiro 00————————————16.628,354————-702,00 (1) Rendimento nominal médio QUEM QUER SABER DE ACM X JADER? Outro dado importante da pesquisa Sensus. Embora tenha sido assunto dominante da midia, a disputa entre ACM e o presidente FHC não interessa às pessoas. Dos entrevistados, ouvidos em março, apenas 23% disseram acompanhar o caso com interesse. Outros 39% disseram ter ouvido falar da história, mas não se dispuseramn a buscar mais detalhes. E 31% disseram que estavam ouvindo falar do caso pela primeira vez quando perguntados pelo entrevistador. Temos dito aqui: a imprensa e os analistas políticos dão muita importência às histórias de Brasília. O povo não liga, por uma razão sábia: aquelas brigalhadas não aumentam a produção, não geram emprego, nem renda. Ou seja, o aumento da taxa de juros (que pode comprometer o ritmo de crescimento da economia) afeta mais a popularidade do governo do que essa conversa de CPI.

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