COPOM MANTÉM TAXA DE JUROS

. O COPOM TUCANOU O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) manteve a taxa básica de juros em 15,25% ao ano, "após analisar os diversos fatores determinantes da taxa de inflação". Como são muitos os fatores e como a ata da reunião do Copom, conforme a regra, somente será divulgada na próxima quinta, só resta especular sobre os motivos da decisão. Nos meios econômicos, a parte que era favorável a essa decisão citava quatro fatores a inspirar cautela: 1) incertezas em relação à economia americana. 2) alta recente dos preços internacionais do petróleo (e o Copom conta com, em suas previsões de inflação, com uma redução no preço local da gasolina, já em abril). 3) sinais de um crescimento mais forte da economia brasileira – o que poderia, mais à frente, gerar pressões por aumento de preços e aumentar muito a importração, elevando acentuadamente a cotação do dólar e, assim, de novo, pressionando preços internos. 4) a brigalhada na base parlamentar do governo, o que poderia comprometer a capacidade de aprovação de legislação necessária para apoiar a política econômica. Em resposta a isso, alinhava-se: 1) o discurso do presidente do Federal Reserve, Alan Greenspan, mostrando que a economia americana está mais para desaceleração suave e que o banco central vai reduzir os juros tanto quanto for necessário para garantir esse cenário. Trata-se da melhor hipótese para o Brasil, especialmente no que se refere aos juros menores em dólares, que barateiam os pagamentos referentes à dívida externa brasileira e os novos financiamentos. 2) os preços do petróleo subiram, mas já estão voltando. 3) o crescimento está mais forte, de fato, mas isso tem afetado mais a cotação do dólar, cuja alta, entretanto, não tem sido repassada para os preços. 4) a base parlamentar, depois de eleitos os presidentes do Senado e da Câmara, tende à acomodação. Ficam feridas, é certo, mas sempre foi assim. Por razão forte: os partidos da base sabem que não têm muito futuro fora dela, especialmente no que se refere à eleição presidencial. E quanto ao PFL, alguém acha que pode tomar o lugar do PT na oposição? 5) o risco Brasil, medido pelos juros reclamados pelos investidores para comprar papéis brasileiros lá fora, estão em queda. Como, nessas análises, se está sempre jogando com hipóteses, fica ao gosto do freguês dar maior peso a uma ou a outra. Como as opiniões nos meios econômicos estavam bem divididas – ao contrário de outros momentos em que havia ponto de vista dominante – o Copom tucanou. Foi para o muro e ali fica à espera de desenvolvimentos. A próxima reunião está marcada para 20 e 21 de março, pertinho da reunião do Fed americano. Sempre é bom ver o que os outros estão fazendo, especialmente quando o outro é a maior economia do planeta.   (este site ficou sem atualização nos últimos dias por problemas operacionais)    

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