BOLSAS DE VALORES (1)

. A pergunta de todo mundo é a seguinte: esse sobe e desce das bolsas, aqui e lá fora, tem a ver com a economia real ou é tudo coisa de especulador? As duas coisas. Quando você olha o longo prazo, o movimento das bolsas reflete o andamento da economia, por uma razão sólida. O que se negocia nas bolsas são ações das companhias, partes do capital das companhias. Ora, se a economia vai bem, as companhias vão bem, ganham dinheiro, dão lucro, distribuem lucros a seus acionistas e por isso suas ações se valorizam. Considere o caso da Bolsa de Nova York, que determina o mercado financeiro mundial. No início dos anos 90, seu índice básico, o Dow Jones, estava em 3 mil pontos. Terminou 1999 acima dos 11 mil pontos, e isso faz sentido. Nesse período, a economia americana cresceu sem cessar, a um ritmo recorde. A alta da Bolsa refletiu o bom estado da economia. Agora, isso de cair ou subir 350 pontos num único dia é especulação e jogo de expectativa. Se os fundamentos da economia real vão bem, essas jogadas são passageiras. O caso contrário é da Bolsa de Valores de São Paulo, que vive aos trancos e barrancos. É que a economia brasileira, nas duas últimas décadas, vive assim: avança um pouco, retrocede, derruba a inflação, volta a inflação. Especulação à parte, a instabilidade da bolsa brasileira reflete a instabilidade da economia brasileira.

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