O PT E A GOVERNABILIDADE

. Artigos EXPERIÊNCIA DE GOVERNO   Um primeiro comentário sobre as eleições municipais: a principal virtude da democracia é a rotatividade dos partidos no poder. Não é bom um regime em que um partido (ou grupo) é sempre governo e o outro é sempre oposição. Nessas circunstâncias, a oposição não tem alternativa senão fazer a pregação do "contra tudo isso que está aí". Por que se preocupar com questões de governabilidade e problemas de administracão se não há chance de chegar ao governo? Por outro lado, o grupo governista nunca se preocupa com críticas e controles, porque tem a convicção de que vai ganhar sempre. Quando todos os partidos e/ou grupos políticos têm chance de chegar ao poder, o quadro muda drasticamente. O medo de perder torna o partido no governo mais acessível a críticas, mais atento aos movimentos sociais, mais honesto. A possibilidade de ganhar torna a oposição mais responsável. Uma coisa é um partido dizer que o salário mínimo tem de ser de R$ 800 reais quando sabe que não vai precisar pagar esse salário. Outra é fazer proposta de governo real. Assim, o avanço do PT é positivo para a democracia. Dá ao partido a administração de orçamentos importantes e com isso acaba o discurso e começa a gestão efetiva. Aliás, o primeiro sinal de maturidade será o partido compreender isso, que tem responsabilidade pelos resultados da gestão. O sinal negativo será continuar no palanque, tentando por a culpa por eventual má administração no governo federal, no neo-liberalismo, na globalização. Não esquecer: a oposição de esquerda elegeu o prefeito da Cidade do México, três anos atrás, com Cualthemoc Cardenas. Neste ano, ele saiu candidato a presidente e ficou em terceiro lugar, longe. A gestão na capital não o ajudou. Veremos aqui. (A ANÁLISE DA SEMANA ECONÔMICA QUE PASSOU ESTÁ NA SEÇÃO POLÍTICA ECONÔMICA, ARTIGO "AEROPORTO GLOBAL, AVIÕES NACIONAIS").  

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