NADA BLOQUEIA A RECUPERAÇÃO

.   QUANDO COMEÇA AGOSTO … Muitas coisas vão bem: A retomada do crescimento econômico é bastante sólida. A indústria não apenas se recupera, mas alcança níveis de atividade que já são os melhores da era do Real. Crescimento puxado pela indústria é coisa de qualidade. Seus reflexos se espalham por toda a economia e os empregos gerados são mais seguros e pagam mais. De fato, o trabalhador brasileiro mais bem pago está na indústria automobilística do ABC paulista, onde temn carteira assinada e diversos benefícios, inclusive jornada menor. As contas públicas permanecem controladas, exibindo folgado superávit primário. Este é o principal item a observar: enquanto as contas públicas estiverem direitinho na meta do FMI, as chances de sucesso econômico são bem maiores. Outras coisas pioraram: A inflação sobe por causa de dois fatores, um culpa do governo, outro de São Pedro. O govero aplicou o tarifaço (combustíveis, energia elétrica, telefone), São Pedro gelou as temperaturas, com estragos sobre a produção agrícola. Por conta disto, por exemplo, sobem preços da carne, do açucar e do álcool. Mas estavam nas contas: Era esperada essa alta da inflação. Aliás, justamente porque a inflação veio muito baixa no primeiro semestre, o governo se sentiu à vontade para acertar tarifas sem atrapalhar a meta do ano (6%). E, como sempre na economia, tem um outro lado: o alto preço do petróleo e dos combustíveis está levando às alturas o lucro da Petrobrás. E a estatal entrega os lucros para o caixa do governo, de modo que melhora o item essencial das contas públicas. E o comércio externo não decola: O superávit dos primeiros sete meses ficou em US$ 937 milhões. As exportações crescem, mas também as importações. Por um motivo ruim (o alto preço do petróleo) e outro bom. Como a economia está crescendo mais do que esperava, as importações também crescem. Trata-se de matéria prima e bens intermediários para a produção industrial, mas também importação de bens de consumo, mais recentemente, indicando recuperação de renda. Moral da história: continua sendo necessário impulsionar mais as exportações. No setor externo: Continua todo mundo de olho na economia americana. Ainda prevalecem os sinais de suave desaceleração, que é o cenário bom para o Brasil e para o resto do mundo. RESUMO DA ÓPERA: Não há obstáculos ao atual processo de retomada do crescimento. Uma crise política que paralisasse o governo seria um enorme obstáculo, mas isso não está à vista. O caso Eduardo Jorge ainda vai dar algum balanço no mercado financeiro, mas não na sequ6encia da economia real.      

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