Mais emprego, mais desemprego

. Está no noticiário: a economia está em recuperação e as empresas, especialmente da indústria, estão contratando novos empregados. Mas também está no noticiário: aumentou o número de pessoas desempregadas neste início de ano. Qual a notícia certa, qual a errada? Na verdade, as duas estão corretas. É possível que cresçam ao mesmo tempo o número de empregados e o número de desempregados. A pesquisa de emprego é feita por meio de entrevistas. O pesquisador pergunta se a pessoa está empregada ou exercendo alguma ocupação que dê remuneração. Se não está, o pesquisador pergunta se a pessoa está efetivamente procurando emprego ou ocupação. Assim, a pessoa só é contada como desempregada se procurou emprego e não o encontrou. Se a pessoa não tem procurado nos últimos dias, é considerada fora do mercado de trabalho, nem empregada, nem desempregada. E aí acontece a seguinte situação: quando a economia vai mal, com as empresas demitindo funcionários, muita gente desiste de procurar emprego – não adianta mesmo – e sai do mercado. Quando a economia se recupera e as empresas começam a contratar de novo, muita gente volta a procurar emprego. É o que está acontecendo neste momento. Mas o número de vagas oferecidas pelas empresas ainda não é suficiente para atender a todos os que voltam ao mercado. Assim, aumenta o número de empregados, mas aumenta também o número de desempregados – pessoas que tinham desistido e agora voltam a procurar emprego. Nesse situação em que a economia se recupera de uma recessão, o índice de desemprego só começa a cair quando o crescimento se consolida, o que leva meses. Antes de cair, estabiliza. Isso deve acontecer no Brasil no segundo semestre, mantida a recuperação, o que é provável.

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