INFLAÇÃO NO BRASIL; CONSUMO NOS EUA

. Artigos NA SEMANA: INFLAÇÃO BRASILEIRA E O CONSUMIDOR AMERICANO   DE OLHO NA INFLAÇÃO   Esta é uma semana para ficar de olho nos índices de inflação. O contexto é o seguinte: . a inflação foi recorde de baixa no primeiro semestre deste ano; . começou a subir em julho, por uma combinação desastrosa de clima e política econômica. Entressafra, frio e geada provocaram aumento do preço de alimentos e alta de álcool, pela quebra na produção de cana do centro sul. Reajustes de tarifas e aumentos de impostos detonaram preços controlados pelo governo (energia elétrica, telefone e combustíveis). (Aliás, energia elétrica continua subindo: na segunda, 28, foram autorizados reajustes para três fornecedoras e sete distribuidoras). . o índice de preços ao consumidor medido pela Fipe em São Paulo chegou a 1,4% em julho, superior a toda a inflação do primeiro semestre. . e continuou subindo: o índice dos 30 dias terminados na primeira semana de agosto escalou para 1,6% e o da segunda semana, para 1,87%. . a expectativa é que esse 1,87% tenha sido o ponto máximo da escalada, a partir do qual se iniciaria a desaceleração. . nesta segunda, 28, saiu o índice dos 30 dias fechados na terceira semana de agosto: 1,81%. . é uma desaceleração, mas muito pequena, inferior às expectativas (1,6% a 1,8%). Ou seja, a expectativa continua no ar: vai desacelerar para valer? Metas Isso tem a ver com cumprimento da meta de inflação para este ano, que é de 6%, tomando-se como referência um dos índices do IBGE, o IPCA. Esse índice deu 1,5% de janeiro a junho e saltou para 1,6% em julho, acumulando 3,2% nos primeiros sete meses – portanto ainda com folga para a meta. A menos que os números de agosto continuem muito elevados. A meta tem folga. É de 6% com tolerância de dois pontos para baixo ou para cima. Assim, se der até 8% está na meta. Mas não vai pegar bem qualquer coisa que saia da casa dos 6. O CONSUMIDOR AMERICANO DETONANDO Os dados saíram nesta segunda, 28: Em julho, os consumidores americanos aumentaram seus gastos de 0,6% em relação ao período anterior. A renda pessoal subiu 0,3% no mesmo mês. Não é de estranhar, portanto, que a poupança pessoal tenha registrado uma queda de 0,2%. Isso signfica que os americanos gastaram mais do que ganharam e cobriram a diferença com empréstimos. Em princípio, isso é bom para o mundo todo: o consumidor americano é o maior comprador do planeta e compra mercadorias produzidas nos quatro cantos. Assim, enquanto ele comparece ao shopping, há mercado para produtores do mundo todo. O risco é o excesso. Se o consumo cresce mais que a capacidade de produção da economia e se o endividamento cresce além da capacidade de pagamento, o resultado é inflação, primeiro, e recessão, depois. Ou seja, é de interesse do mundo que o consumidor americano continue indo ao shopping, que gaste mais do que no mês anterior, mas só um pouquinho mais, dentro do seu ganho de renda.

Deixe um comentário