. O GOVERNO FHC FIRMA POSIÇÃO POSIÇÃO PRÓ-CRESCIMENTO ECONÔMICO.
É o que se vê do noticiário de hoje. Acompanhe:
Saiu hoje, quarta, a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária, Copom, na qual se decidiu reduzir a taxa básica de juros para 17,5%. O documento mostra o sentido da mudança do colegiado em relação à reunião anterior, a de maio, que mantivera os juros em 18,5%:
em maio, o Copom concluiu que a despeito da inflação em queda, não podia reduzir juros por causa da ameaça de fatores externos, o preço do petróleo e a alta dos juros nos Estados Unidos; em junho, o Copom concluiu que a despeito das ameaças externas, podia reduzir a taxa básica porque a inflação estava em queda; inverteu-se a ressalva, inverteu-se a conclusão; em maio, um voto definido como "alternativo" propôs a redução de juros para 18%, dados os bons fundamentos internos e a despeito dos fatores externos; foi derrotado pelos outros sete membros do Copom, que julgaram melhor esperar pelo andamento dos fatores externos; em junho, um voto definido como tendo "maior grau de conservadorismo e cautela", propôs redução moderada dos juros, para 18%, e esperar pelo andamento dos fatores externos; foi derrotado por outros sete votos, que julgaram não haver necessidade de esperar; ou melhor, essa maioria achou que a espera agora, com viés de baixa, era para reduzir ainda mais os juros caso os juros americanos não subissem. o voto derrotado de maio, então considerado ousado, tornou-se conservador em junho. A maioria, de conservadora, passou a agressiva; uma hipótese: ao reduzir a taxa para 17,5% o Copom como que deu razão ao voto derrotado de maio; a possível nova redução é a parte nova da política; ou seja, o Copom mudou mesmo – e foi isso que surpreendeu os observadores. JUROS AMERICANOS NÃO SOBEM
E por falar em fator externo: exatamente às 3:15 de quarta, o Federal Reserve, Fed, anunciou que estava mantendo a taxa básica de juros em 6,5% ao ano. O horário e o conteúdo eram amplamente previstos.
Agora, é esperar quando o presidente do Banco Central do Brasil, Armínio Fraga, vai usar o viés de baixa e reduzir os juros locais para, digamos, 17%.
META FOLGADA
Confirmando uma atitude mais pró-crescimento, o ministro da Fazenda, Pedro Malan, anunciou também na quarta à tarde a meta de inflação para 2002: vai ser de 3,5%, com tolerância de dois pontos para cima ou para baixo (e sempre tomando como referência oficial o Índice de Preços ao Consumidor Ampliado, IPCA, do IBGE).
A meta deste ano é de 6% e a de 2001, de 4%.
Ou seja, a meta de 2002 é folgada.
Observe: a tolerância máxima de 2001 é de 6%, igual ao ponto médio (e ideal) da meta deste ano.
Já para 2002, a tolerância máxima chega a 5,5%, bem acima do ponto médio do ano anterior. Ou seja, a inflação pode subir em 2002 que tudo bem, a meta continua sendo cumprida.
O senhor e a senhora sabem: quanto mais estreita a meta de inflação, mais apertada deve ser a política monetária, com juros mais altos e menos crédito. Quanto mais folgada a meta, menor o juro, maior o crédito, mais espaço para crescimento.
Tempos atrás, o ministro Malan dizia que o objetivo era buscar sempre a menor inflação possível. O ideal era zero.
Agora, 3,5% ao está bom. Nos países estáveis, o teto, formal ou informal, é 2%.
Ao que parece, agora o governo ou reconhece que país emergente pode ter um pouco mais de inflação, ou optou por um caminho mais lento para chegar lá, ou as duas coisas ao mesmo tempo.
Não por acaso, 2002, é o último ano de FHC, o ano da eleição presidencial.
RESUMO DA ÓPERA: FHC PLANEJA SAIR COM INFLAÇÃO NA FAIXA DOS 3%, QUE NÃO É ZERO, MAS É RAZOÁVEL, E CRESCIMENTO ECONÔMICO NA FAIXA DOS 5%, QUE É MUITO BOM.
QUER SAIR POR CIMA.